Memórias de Travesseiro
Perguntei o porquê da tristeza
Devo me lembrar de não mais fazê-lo, sem pensar
Sem reserva alguma me confiou seus anseios
Senti seu pranto me inundar
Sentia, as vezes, que sequer voltaria a respirar
Cada vez que seu soluço, começava a cessar
Uma nova torrente de palavras desconexas
Voltavam a me vilipendiar
No correr das horas sofri com socos e pontapés
Caricias e abraços, que não pude corresponder
Aos poucos fui entendendo
O motivo de tanto desgosto e pesar
Queria poder dizer que tudo iria passar
Queria poder abraçar sua solidão
E consolar seu coração
Mas nada pude
Além de ser seu cúmplice mudo e confidente
Aos poucos fui sentido seu perfume
E a caricia de seus cabelos
Que me sufocavam e me inebriavam
Aos poucos fui querendo mais e mais
E acolhia seu choro e seu penar
E a noite corria
E nos primeiros raios de amanhecer
Eu também chorava
E acompanhava a dor
De me apaixonar
O sol veio como um ladrão
E levou do meu leito
Minha nova paixão
Toda a noite ela volta
As vezes, diz que está cheia de planos
As vezes, me conta seus novos encontros
As vezes, vem simplesmente me habitar
Adormecer e dormir
Eu seguirei seu companheiro fiel
Eu seguirei a ouvir e guardar os segredos
Do meu louco existir
Única e exclusivamente para te servir
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