Velharia

Faz dias que eu espero
Mas pelos caminhos tão estranhos
Somos alertados...

Não, não mais espero

Tem dias em que penso em desistir
E tem dias em que desisto sem pensar

Tem sempre alguém pra te lembrar
O quanto a gente errou pela estrada
E o quanto, as nossas escolhas erradas
Mudaram a nossa vida para sempre

Faz dias que eu espero
Um milagre, um sinal, um mistério
Uma palavra, um gesto, um suspirar
Que me expulse de mim

E deixe ir embora essa estranha mulher
Que, as vezes, me apavora enquanto chora
Que me habita e doí, e pede, implora

Eu só queria ser livre
Livre de mim, das culpas e lembranças
Dos dias que espero e desespero

Então fica sempre uma ilusão
E essa solidão

Nós fomos alucinados, desesperados
Apaixonados, cegos, loucos

E todos que foram comigo
Já passaram e partiram
Lentamente para o futuro calmo
E eu fiquei aqui, contando as dores
Lembrando os desamores
Amargurada de mim mesma
Solitária e incapaz de dizer adeus

E espero, ainda que desespere
Que a qualquer instante
O passado solte a minha mão
E se vá

Mas o meu coração acorrentou
O teu último suspiro
Aquele que me lembra
Que por mais que eu esqueça
A vida sempre me lembra
O que esqueci...



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