мαяιρσѕα τє¢кηι¢σℓσя

Tudo e tanto à agradecer Mas no fundo do vazio da minha alma Uma insatisfação recorrente Uma insuficiência de existir Tudo e tanto à agradecer Mas isso não impede as lagrimas de rolarem Só pra denunciar uma fragilidade escondida Só pra lembrar a infelicidade Tudo e tanto à agradecer Mas meu egoismo não deixa Minha visão distorcida não vê Tudo e tanto à agradecer Eu prefiro calar e esquecer Sobreviver com a imagem incorreta de mim Não existem mais milagres Nada e pouco à agradecer Nesses dias que não voltam mais E passam cada vez mais rápido Deixando cicatrizes Incuravéis

...Once there was a way, to get back homeward. Once there was a way, to get back home. Sleep pretty darling, do not cry. And I will sing a lullaby. Golden Slumbers fill your eyes. Smiles await you when you rise. Sleep pretty darling, do not cry. And I will sing a lullaby...  

Eu quero um novo recomeço Mas sem esse cheiro do mofo de recomeçar Quero um novo recomeço Que me permita não me desesperar Quero sentir toda a minha existência respirar Porque todas as coisas quando vão recomeçar Esquecem de me pegar pela mão E eu não sei como me guiar Eu quero um novo recomeço Sem a responsabilidade da obrigação De recomeçar Quero aprender a recontar as histórias Que vivi sem medo só pra redescobrir Como enfim recomeçar

Esses são dias de avessos Dias de pensar num passado distante, que nos encara com olhos de ressaca e por isso mesmo se tornam tão presentes Esses são dias de estomago cheio e cabeça zonza Dias desiguais e cheios de ontem São dias pra lembrar o quanto se sonhou e o tão pouco que se realizou Esses são dias de avessos Dias de dizer na frente do espelho que tudo pode mudar Esses dias são de enxergar As rugas que hoje se desenham nas fotos Aquela ruga de preocupação bem no meio da testa, que revela o quanto a gente se deixou embrutecer Aquela rugazinha no canto da boca que desaprova mudamente o que você se tornou São dias de cansaço Porque o seu corpo já não tem o mesmo viço Sua pele já não é mais a mesma e o corpo pesado denuncia que, realmente, o tempo passou Esses são dias de avessos, dias desiguais que por me olharem tão profundamente, se tornam iguais Há dias tão particulares Que invadem o cotidiano meticulosamente desenhado Tudo que aconteceu n...

  Fiquei pensando que não digo nada relevante neste pedaço de estrada. Afinal cheguei aos meus trintas anos com muitas perguntas sem respostas. Fiquei pensando que talvez esse breve desconsolo, talvez passe sem eu perceber. Queria poder dizer que tudo passa, mas nem sei como me convencer. Queria poder não pensar o quanto fui melhor num passado distante, enquanto o futuro provável escorre pelos meus dedos agora.  A linha torta do meu destino, foi varias vezes desviada. Eu continuo na estrada. Muito além da minha idade, muito além das brevidades. Fiquei pensando no que não digo, não tenho nada a dizer. Fiquei pensando no que eu grito, ninguém me ouve, nem você.  Eu não odeio o que não entendo, e não entendo o que odeio.  Porque nem sei o que é a vida, e nem sei o que é a morte. Eu continuo na estrada. Porque a liberdade não dá escolhas, ela nos lança num abismo sem fim. A gente se perde desde o inicio. Fiquei pensando que não saio do lugar, e ...

Olhei os meus cacos no chão Juntei aos poucos o que pude E segurei em minhas mãos Não podia mais voltar Não podia mais partir Eu queria levantar e sair Mas olhei meus cacos no chão Olhei teu rosto tão frio E dentro do teu olho morto Me enxerguei... Como uma caricatura de mim Deixei os meus cacos no chão Meus pés descalços queimaram no asfalto Olhei tua expressão de surpresa Ao me ver levantar e partir Eu sobrevivo aos teus sorrisos cruéis Eu sobrevivo aos teus olhares infantis Eu sobrevivo aos cacos que você pensou Que sobrariam de mim Eu sobrevivo a imagem rota Que você desenhou pra mim Olhei os meu cacos no chão Caco de mim eu não quero Pode ficar com tudo pra você Eu prefiro um novo destino incerto

Tive medo de não tropeçar Se eu tivesse o passo firme Você não precisaria me apoiar Tive medo de não ser delicada Se eu não fosse sensível Você não precisaria me abraçar Tive medo de mostrar minha força Se eu não fraquejasse Você não precisaria me estender a mão Mudei as tonalidades do meu existir Pra te satisfazer e te fazer sorrir Mas foi um lapso e não resisti Eu precisava mais que tudo Pra desistir de mim Não era só apoio Só abraço Só mão Eu precisava apenas ter a certeza Eu precisava mais de mim do que você O caminho me fez triste Porque eu não precisava sorrir O caminho me fez forte Porque eu não precisava chorar O caminho me fez breve Porque eu não precisava ficar O caminho me fez sua Porque não precisava de mim Tanto quanto eu precisava de você.

Eu quis estar em mim só pra dizer que não E quis sumir do meu corpo só pra dizer sim Quis legitimar meu pensamento... Éramos paralelas congruentes O mesmo tudo nos unia num igual Eu quis me perder um pouco E esqueci o caminho de volta Fugi e corri, sozinha e desarmada No caminho escuro... Quis esquecer meu pensamento, Somos paralelas concorrentes. Nos cruzamos  em um ponto, que se perdeu no infinito Legitimando o pensamento, Que nos deixou perdidos no vazio Que nos esqueceu a beira do caminho Nos ângulos que se sobrepunham coincidindo O encontro casual de nossos destinos incertos

Sentia seu hálito a me envolver Com um aroma que nunca esquecerei Porque possuía o cheiro de todas as impossibilidades E de tudo que eu não podia ter Sentia seus beijos tímidos e frios Talvez por medo, talvez por mim Sentia um tremor que parecia acontecer no fundo do meu peito E aos poucos não sentia meus pés Flutuava no limbo de todos os desejos Sentia seu perfume que me sufocava e me salvava Quis abraça-lo mas não pude Olhei seus olhos profundos e escuros Vi o abismo em que me lancei Tive medo de mim Toquei suas mãos pela ultima vez E nunca mais, nunca mais... Nos meus sonhos retornei e esperei O que encontrei já não era mais o mesmo Mas tinha o palpitar urgente de todos os meus desejos O que encontrei era um sentimento inerte Que reencontrou nos abraços um novo compasso Senti seu cheiro, beijei seus lábios, olhei seus olhos Ninguém mais terá esse momento de nossas vidas Em que nos pertencemos e nos esquecemos O que é do tempo perman...

Enquanto a escuridão me engolia como prato principal No meu peito algo se confundia, me transformando Deixando a mostra meu amável rival. Enquanto a escuridão me engolia, na ânsia de saciar seu vazio O abismo dentro de mim nada mais me dizia. Porque o silêncio invadia meu ser Enquanto a noite me encarava, eu me desentendia. A cicatriz deixava à mostra A distância que aos poucos me possuía. Estar sem você é escuridão, é noite muda Estar sem você é solidão inevitável É escolher o destino que não oferece alternativas Por puro desconforto à realidade que me engolia.   

Me lembro que antes tudo parecia tão diferente. Tudo era tão mais simples, e o melhor presente era chegar no fim do dia de natal sabendo que tinha um colo de mãe pra descansar, de tanto correr, de tanto pular. Lembro da minha infância e muitas e muitas vezes a enalteço e torno sagrada. Porque somente naquele tempo pude experimentar a plenitude do que chamam felicidade. Agora quando vejo começar essa peregrinação involuntária e inconsequente ao natal, aí me lembro que família mesmo era a da minha infância. Eu era sozinha, mas lembro bem que fiquei escondidinha e ouvi minha mãe preocupada dizer ao meu pai que estava gravida. Sim eu ia ter um irmão pra repartir todos os meus sonhos. Quando a gente é criança tudo é tão fácil, eu não entendia o porque de tanta preocupação, só sabia que ia poder brincar com uma boneca de verdade. Depois soubemos que não era irmão, era irmã. O que não impediu que nosso maninho viesse mais tarde. No natal mais poético da minha vida, nossos presente...