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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Folhas secas

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Eu piso nas pedras coloridas Procuro as folhas secas que estalam Sob os meus pés Percebo todos os sons que me invadem Ajeito o cabelo quando quero ser vista Mesmo assim carrego a sensação De insana solidão Porque fico escolhendo aonde piso Procurando uma música no que é normal Não me importo mais ,nem um pouco Pra quem diz que não me vê Eu também não quero saber Eu ando, brincando, na chuva  Quando todos se escondem dela Eu encaro o sol sem lentes escuras Eu prefiro ter um mundo estranho dentro de mim Do que viver em um mundo ao qual não pertenço

I see

Eu olhava aqueles olhos tão mornos Aqueles gestos tão cansados de se repetirem Eu via no silêncio um desespero Eu sabia que existia uma esperança Eu via naquele corpo imóvel Tantos sonhos ceifados pela imprudência Aqueles olhos me ensinaram a me traduzir Me ensinam todos os dias a me explicar Pra mim Aqueles olhinhos infantis tão cheios de sofrimento Quisera eu poder decifrá-los Aqueles olhos mudos, opacos, anestesiados Cheios de mensagens, cheios de sinais Aqueles olhos gritam quando eu passo Só pra me lembrar que eu posso estar de pé Que toda queda pode ser um recomeço E que a vida é uma queda muito curta Pra ser desperdiçada

Toda felicidade

Olhava no espelho o rosto agora cansado E via nas mãos a marca do tempo que havia passado Ás vezes as pernas pesavam, doíam, travavam Tantos dias já passados Alguns solitários, outros acompanhados A imagem que se desbota aos poucos Também pede aos poucos seu espaço No espelho, nas mãos, no corpo todo Tantos dias passados Toda felicidade Construída, destruída, resgatada Toda felicidade Entre essas rugas nos olhos Que emolduram o olhar de quem viveu De quem sonhou Sonhos que aos poucos se transformaram Pra explicar que toda a felicidade É feita de travessias, transições e passagens

Dentro de uma solidão

E naqueles dias tudo era efêmero Todas as coisas que podiam ser sonhadas Não passavam de poeira na estrada E naqueles dias tudo era susto Cada sorriso, cada adeus em silêncio No meio da multidão Em passo de fuga estava perdida Dentro de uma solidão Naqueles dias tão velhos Todas as coisas traziam novidades E os passos lentos se arrastavam Dentro da multidão se atrapalhavam Enquanto sobreviviam aos sobressaltos Se escondiam dentro de uma solidão

@2

Eu escapei do destino E evitei uma tragédia Mas por quanto tempo? Por quanto tempo? Poderia ter sido eu naquele momento Mas não era a minha vez Essa urgência de viver A cada dia nos ensina A apertar o pé no freio Não adianta correr Nem se arrepender do que não foi feito Todas as coisas que se pertencem Acontecem na hora certa, mesmo assim, Pode não ser no tempo que a gente esperava Tudo pode ser perfeito Dentro dos caminhos desfeitos Tudo pode ser infinito No olhar que se perde por um instante E enxerga além do previsto

Agora

E agora tudo faz sentido Porque no céu as estrelas não se alinham Porque eles não vivem felizes para sempre E agora tudo faz sentido Porque a vida não é um comercial Porque não existe receita de felicidade E agora que tudo faz sentido Nada mais precisa ser dito Porque o silêncio alimenta  O silêncio compartilha o olhar, o pensamento O estar, o resistir e o ficar E agora que tudo faz sentido  No céu, na propaganda, na vida No real, no ideal, na esquina Tudo faz sentido No silêncio que compartilhamos De todas as coisas que nos contamos Sem falar

Entretanto

Entretanto não se pode mais dizer que foi em vão Apesar de tantas vezes, ainda querer chorar A vida segue sempre rapidamente devagar Se no entanto ainda se pode sonhar As  pegadas pequenas Gravadas na estrada podem nos guiar É preciso coragem e, contudo, o olhar em volta Mostra que as vezes coragem não há Ainda assim não se pode dizer que tudo foi em vão

Os começos

Os começos são como estradas cheias de sustos O primeiro dia, a primeira vez, tudo isso Que nos enche de talvez Porque os primeiros momentos são como nascimentos Cheios de lágrimas de apreensão E sorrisos imersos em instabilidade Quando o inicio acaba O peito solta um suspiro represado pelo tempo O alivio de quem sobreviveu Às pernas tremulas e ao coração palpitante Os primeiros dias de viver Trazem um gosto de re sentir Como aqueles dias que a gente guarda  Porque não quer esquecer Porque significam em tudo renascer O fim de um dia de começo É uma vitória particular Degustada lentamente No céu da boca de quem sente

Cinco Minutos

Guardava a sensação de nunca estaria perdido Procurava a rota certa, mesmo quando não existia um caminho Olhava os ponteiros do relógio E experimentava o futuro Ria dos impuros Ele sabia que sua loucura matinal Deixava a vida um passo a frente Ele podia ver toda a gente Pensava não ser visto Era um homem do futuro Aquele que ele escolhia no seu relógio Cinco minutos adiantado

@1

Eu gosto das pessoas de verdade. Aquelas para as quais, não importa se você está vestida com a roupa da moda; Aquelas que não querem saber os lugares tão chiques que você frequenta; Aquelas que não se envergonham de dizer que estão do seu lado, mesmo quando todo mundo está contra você; Gosto das pessoas que tem uma força tão única, que enxergam a gente por dentro. Para elas não importa se você está de cara amarrada, ou não consegue sociabilizar com todo mundo que encontra pela estrada. Gosto dessas pessoas que são reais. Aquelas para as quais, você pode dizer que cometeu erros; Você pode mostrar os seu medos e defeitos, mais secretos e escondidos; Porque elas são reais. Elas não vivem nesse mundo de plastico , em que as pessoas valem mais o que tem do que aquilo que são. Gosto de poder dizer que a minha vida não foi perfeita. Porque eu cometi muitos erros, alguns incorrigivéis. Gosto de poder dizer isso e saber que existem pessoas que de verdade, se libertam de suas mascar...

Mas, amanhã...

Entendo, com tempo, que o que passa, Além das horas arrastadas e relativas É a impressão de que tudo, com o tempo, Pode ser mais tranquilo e calmo Cada dia tem um gosto de solidão e adeus Que o passado acompanha Cada ausência anunciada Faz o presente mais triste Tudo faz lembrar e esquecer Tudo que poderia ter sido Você diz que é besteira é que nada terminou Eu digo que amanhã é um novo dia Tudo pode mudar Mas, além das minhas expectativas E o teu não, que martela minha mente sem parar Eu posso dizer que estou tentando Pode ser que nada dê certo Mais uma vez E pouco importa, dessa vez O importante é enxergar esse passado Tão presente, e querer... E tentar construir um futuro diferente

A cortina do passado

Fica essa lembrança desbotada de nós dois Toda vez que desvelo a cortina do passado Fica sempre um pesadelo me acordando Fica sempre um sonho inacabado Fica sempre um recomeço inventado Toda vez que desvelo a cortina do passado E nessas horas funestas Fica sempre um pedaço do caminho mal resolvido Esperando por mim Toda a vez que desvelo a cortina do passado Eu encaro meu passado tão presente E o encaro de frente com coragem Só pra dizer que tudo acaba no fim Quando encerro as cortinas do passado E enterro as lembranças desbotadas do que se foi

#2

E te olhei mais uma vez A ultima vez Quis dizer tantas e tantas coisas Do meu discurso ensaiado Queria poder explicar a minha agonia sem fim Mas o teu olhar me emudeceu E eu te olhei uma unica vez mais Só pra constatar que Aquele momento Era mesmo o fim

While My Guitar Gently Weeps

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I look at you all see the love there that's sleeping While my guitar gently weeps I look at the floor and I see it needs sweeping Still my guitar gently weeps I don't know why nobody told you How to unfold your love I don't know how someone controlled you They bought and sold you I look at the world and I notice it's turning While my guitar gently weeps With every mistake we must surely be learning Still my guitar gently weeps I don't know how you were diverted You were perverted too I don't know how you were inverted No one alerted you I look at you all see the love there that's sleeping While my guitar gently weeps I look at you all Still my guitar gently weeps

O destino

Tantas vezes em vão e  nenhuma delas minha Tantos sorrisos e nenhum deles foi meu Tantas vezes podia, mas não comigo Tanto nada assim e eu teu amigo Tanto de mim e nada pra mim Tudo perto de um fim E eu sonhando em começar Tudo tantas vezes E eu me encontro contigo E volto cada vez mais perdido Me consolo que é o destino Mas o destino não tem esse rosto Que me apavora quando vai embora O destino não tem esse corpo Que me enamora O destino tantas vezes Me levou pro nada E eu agora quero tudo Tudo contigo e mais nada

Divagar

Eu me lembro de tudo que podia dizer pra te deixar feliz Mas a vida não deixa de chegar trazendo as novidades Que não irão deixar seu mundo nem mais feliz, nem mais colorido Podia ter dito que tudo vai dar certo E certamente você iria se esforçar em acreditar Mas cada um é um E nem a vida inteira É tempo suficiente pra gente decifrar o enigma dessa unidade Eu posso, ainda, te explicar que não é por mal Que, ás vezes, o mundo diz não, quando o nosso coração diz sim O mundo sabe mais da vida que nós E tem que nos magoar algumas vezes Mesmo sem explicação As pedras do caminho não deixarão de existir Mas a qualquer momento Tudo que parece perdido Encontra uma saída dentro de ti E voa Levando embora tudo que chora Tudo que passa E se passar Pode ter certeza Não era mesmo pra ficar

Pode ser

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Pelos caminhos tão bem traçados Tão cuidadosos e seguros Pode ser que a gente se esbarre Pode ser que a gente se perca Dentro de tudo que foi previsto O imprevisivel nos preencha E deixe a vida mais confusa Mais distante do que um dia foi sonhado Os caminhos foram cortados Foram se transformando Em tudo que não podiam ser Através da impossibilidade Que existe de te olhar e te ver E de a gente se pertencer