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Mostrando postagens de novembro, 2011

VOCÊ

A boca encerra um adeus que nunca se cumpriu As mãos guardaram um afago que nunca foi dado A promessa, o pacto... Sim, no começo tudo era sonho e o sonho acabou A boca desenhou um sorriso antes de partir As mãos dividiram um aperto antes de sair Eu vivi, nostalgia e romance Eu cresci, paralisia e desilusão A boca beijou os meus lábios na horar do adeus As mãos me abraçaram tão forte e se foram Eu senti, que ninguém perdia Eu entendi, eu te amava, eu te queria A boca, as mãos selaram meu passado Guiaram minha vida Sobrevivem em meus pensamento

Tears

Preciso lembrar de parar de pensar Preciso lembrar que esqueci como voltar Preciso lembrar como esquecer de odiar Preciso lembrar que não quero tentar Tentar explicar quem sou Porque aquele que vence nem sempre sou eu Porque, tantas e inúmeras vezes, nem sei quem me venceu Tudo que fica é beira de abismo E uma brisa mansa e gelada a cortar a pele Deixando na boca o gosto amargo do sal Não, não , não São só lágrimas, apenas lágrimas...

IRA

Acabo de descobrir que contra todas as expectativas, dentro de mim ainda bate um coração, e ele se magoa e fica ferido de morte. Acho até que as vezes é ele que me faz chegar em casa, em dias como hoje e chorar, chorar e chorar.  Por não entender a estupidez humana, por não entender nem um pouco o que não posso sentir.  Por querer tantas vezes dizer, e ainda assim, calar, porque o silêncio me engole e me sufoca, como um torturador, carrasco e bandido.  O silêncio é o resquicio das lágrimas que não consegui guardar, por não entender mais do que a mim mesma e meu mundo particular.

Brother & Sister

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Então a vida passa, a gente já sabe, A tristeza e a alegria serão efêmeras Já descobrimos, a duras e leves penas... Porém o nosso coração por mágica ou devoção Sempre se encarrega de nos lembrar nossos melhores sorrisos E nossas lágrimas mais sentidas... A vida nos aproxima e nos distancia, Mas no nosso coração fica sempre a sensação de que Acabamos de nos ver, rir juntos, fazer histórias e canções, Criar saídas sem soluções, e estrelar o filme de nossas vidas. Sacudindo a poeira do tempo... Tentando evitar que a alma envelheça. For my sister & brother.

Afago

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A nossa vida caiu no silêncio Esse mesmo silêncio Que me perde dentro de mim E que nada mais pode extinguir Quando você voltar Se é que vai voltar Talvez eu não esteja mais No mesmo lugar Sim eu posso enlouquecer De tanto te esperar Posso te ver chegar E não querer deixar você entrar Mas se digo te amo, e eu amo É somente pra enganar meu coração Que encerra em si o âmago da questão

OS NÓS

Por onde quer que eu ande Ou onde quer que eu vá Você está lá No meu sorriso moderado Que esconde um peito marcado No balanço do meu cabelo Que tenta te esquecer No meu andar solitário Que procura não mais te querer Todos os dias são avessos Todo o avesso lembra nós dois E os nós do nosso encontro Que me amarraram Numa louca ilusão Por todos os lados Há resquícios de você Em todos os lugares Que eu tento te perder E cada vez mais Parto o meu coração Em dois Um pedaço é todo seu E o outro não te esqueceu Todas as noites são longas demais E durante o dia pareço incapaz De sobreviver...e viver...sem você Mas os dias vão passando E a gente não se fala mais A gente não se vê mais Os nossos nós se romperão E eu perdi o meu caminho Por isso, às vezes, não consigo Estar em mim... sem você Por isso, às vezes, não consigo Me lembrar de te esquecer E entender que me perdi Na tua mão que se desprendeu da m...

Tentação

Suave é a noite e o seu repousar Suave é a noite e o silêncio do luar É preciso cuidado para não despertá-la De seu sono calmo e secular Venha lentamente e sem pensar Mostre, também, essa suavidade em seu olhar É preciso ternura ao encara-la Em seu sagrado deleitar Suave é a noite À passear De mãos dadas com o luar É preciso coragem Para manter a vontade De por ela não se apaixonar

Memórias de Travesseiro

Perguntei o porquê da tristeza Devo me lembrar de não mais fazê-lo, sem pensar Sem reserva alguma me confiou seus anseios Senti seu pranto me inundar Sentia, as vezes, que sequer voltaria a respirar Cada vez que seu soluço, começava a cessar Uma nova torrente de palavras desconexas Voltavam a me vilipendiar No correr das horas sofri com socos e pontapés Caricias e abraços, que não pude corresponder Aos poucos fui entendendo O motivo de tanto desgosto e pesar Queria poder dizer que tudo iria passar Queria poder abraçar sua solidão E consolar seu coração Mas nada pude Além de ser seu cúmplice mudo e confidente Aos poucos fui sentido seu perfume E a caricia de seus cabelos Que me sufocavam e me inebriavam Aos poucos fui querendo mais e mais E acolhia seu choro e seu penar E a noite corria E nos primeiros raios de amanhecer Eu também chorava E acompanhava a dor De me apaixonar O sol veio como um ladrão E levou do meu leit...

Delirium tremens

No meio da manhã me assalta No meio do meu peito me ataca Nada sobrevive a tudo que me arrasa Eu fico imóvel, de medo, no meio da sala Recupero o fôlego Procurando não aparentar Tudo que minhas mãos tremulas Irão denunciar , sem querer Me tira os pés do chão E ameaço flutuar Ameaço escapar Volta aqui Me põe de volta no lugar Já é hora de acordar

Eu vou tentar

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Me desespero em silêncio E percorro mil infernos Pra te incomodar Pra te fazer sofrer e te fazer chorar Me desespero em silêncio Repito todos os versos E me apavoro por lembrar Como sofrer, como chorar Lembrar... O quanto sobrevivi ao tempo Que não pude mais guardar Porque não posso gritar Me desespero em silêncio E me incomodo por não te incomodar

RESISTÊNCIA

Por detrás da cortina, que ora ou outra, desnuda o palco da vida Se esconde um semi amor que tem sobrevivido Subtraindo a melhor parte dos dias idos Por enquanto reflete uma sombra pálida de sorte Sentindo na face o sopro cálido do dragão Que protege a entrada do teatro Quanto, a mim , fui esquecida No olho do furacão Num espaço infinito de cores e sons Sem sentido e intenção O preço é pecado mortal Que se cobra sem dó Num tic-tac de insuportável igualdade Daqui a pouco, as cortinas se abrirão E no meio do palco irá surgir um palhaço triste Que, mecanicamente, irá sorrir desconcertado Pra contentar, toda a gente que assisti O espetáculo de quem pensa que resiste.

Velharia

Faz dias que eu espero Mas pelos caminhos tão estranhos Somos alertados... Não, não mais espero Tem dias em que penso em desistir E tem dias em que desisto sem pensar Tem sempre alguém pra te lembrar O quanto a gente errou pela estrada E o quanto, as nossas escolhas erradas Mudaram a nossa vida para sempre Faz dias que eu espero Um milagre, um sinal, um mistério Uma palavra, um gesto, um suspirar Que me expulse de mim E deixe ir embora essa estranha mulher Que, as vezes, me apavora enquanto chora Que me habita e doí, e pede, implora Eu só queria ser livre Livre de mim, das culpas e lembranças Dos dias que espero e desespero Então fica sempre uma ilusão E essa solidão Nós fomos alucinados, desesperados Apaixonados, cegos, loucos E todos que foram comigo Já passaram e partiram Lentamente para o futuro calmo E eu fiquei aqui, contando as dores Lembrando os desamores Amargurada de mim mesma Solitária e incap...

Inevitável

Então vou ficar mais um pouco, só pra te dizer que pude me apaixonar de novo. E mesmo quando tudo parecia tão novo, e mesmo quando tudo parecia tão único, nada sobreviveu. Cada vez que me apaixono é para sempre, e eu nem quero que dure tanto tempo assim.  Porque sempre me canso de tudo e sempre quero viver a efervescência da juventude que não volta. Então me vejo metida em relacionamentos destrutíveis, por não saber dizer não. Fico pensando em quantas vezes disse, e concluo sem esforço, que posso entender muito bem, o que não posso explicar. E que, muitas vezes é preciso desconstruir pra recomeçar. Fico pensando no tempo, fico pensando sem tempo, fico no tempo, só pra me apaixonar mais um pouco, e poder começar tudo de novo.

Um dia

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Pequenina flor Tão aguda dor Que engole o que é humano E renasce feito ator Então represento no palco cotidiano A desventura do meu destino Tão pequeno Cada fim de noite Cerro as cortinas E tiro a pintura do rosto Um suspiro profundo Se solta do meu peito Arredio de mim Cheio de solidão sem fim E deixo à mostra Uma mulher, apenas Às vezes, amante Às vezes pequena Um tanto cansada Um tanto poema O encanto acabou O que era estranho se revelou Nada restou Do falso brilhante Então empunho a minha espada Para enfrentar O meu pior inimigo Aquele que se revela  No meu ponto mais escuro No fim da estrada Sem destino algum... Perto do olho do furacão No ultimo lugar Que me tocou a tua mão Empunho minha espada Pra ferir meu coração.

MORENA

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         Na casinha simples, dois cômodos apenas, e uma caminha pra mim. À tardinha quando chegava, ajudava a aprontar a cama para dormir. Quando a gente ía dormir um cheiro de flit no ar. Lembro de ser sempre, a ultima a deitar, e depois de vê-la deitadinha, colocar aos seus pés, um cobertorzinho velho, para aquece-los. A gente deitava cedo, mas não dormia de pronto. Lembro de custar tanto pra dormir, porque achava que tinha alguém escondido no roupeiro, mas era sempre tranquilizada, porém muitas vezes, sem querer o colchão amanhecia molhado(hahaha). Recordo as conversas longas, que me enchiam de orgulho por parecer adulta, mesmo sendo criança. Aos poucos sua voz me embalava, e quando dizia que era hora de virar pro canto, tudo aos poucos se apagava. E o resto era sonho... Lembro de acordar em uma manhã de verão, ouvindo uma voz ao longe, me chamando pro café. A voz era firme, mas cheia de uma ternura, que nunca se apagou dos meus ou...

Vou sair

Não venha me corrigir Não me diga o que devo sentir Não me olhe assim, como se soubesse quem sou Não venha dizer que me avisou Não espere que eu peça desculpas Nem espere me ver chorar Não fique aí olhando eu me machucar Não me perturbe, se não vai ajudar Não diga quem eu sou Não diga onde estou Não diga o que passou Me esqueça um momento Me permita esquece-lo Eu preciso respirar

Encontro das palavras

Duas almas achavam-se um tanto perdidas em suas contraditórias vidas Sem voz, numa solidão particular Em busca do seu lugar Um vício em comum: Brincar com as palavras Palavras com sons do coração Palavras que pedem compreensão Palavras de dor, revelação Palavras de coragem, transformação Na verdade elas brincam de viver e na busca do "ser" ilustram a vida com muito prazer Às vezes tristes Às vezes alegres mas quase sempre acelerando o passo Girando sem parar no carrocel desgovernado da vida louca que escolheram pra viver As estações quase sempre mudam Sem nenhuma permissão acabam Mas quando o destino reencontra almas de asas quebradas Elas com certeza mostrarão ao mundo o que vieram dizer Ilustrando, com palavras, a vida com muito prazer                 Autoras: Elisa Tavares Bosquerolli        ...

Cúmplice

Por que eu poderia ter dito - Adeus Mas, estranhamente, disse - Até logo E o logo...nunca mais chegou Os sonhos que guardamos Na gaveta empoeirada Hoje podem ser olhados Mas não possuem mais o mesmo frescor Então, tenho que sonhar novos sonhos Querer ter novos amigos Me apaixonar mais uma vez Mas quando a vejo no espelho Tão diferente de mim Tão estranha e solitária Quero esquecer o que vi Porque nós éramos cúmplices Porque nós éramos uma só pessoa E agora não resta ninguém Para contar a estória de nossas vidas Eu quis crescer tão rápido Só pra descobrir Que precisava ser criança Um pouco mais Eu precisava ter esperado E vivido um dia de cada vez Cada dia que a minha urgência Me roubou, faz falta E digo à mim mesma - Vai passar E me pergunto será? Será que você vê? Você vê o que eu posso sentir? Quem é você? Por que se esconde e ainda está aqui? - Porque nunca consigo me esconder de mim. Nunca, n...

Lonely

Olho no fundo dos olhos Que me veêm, mas nem tanto E embora, às vezes, esses olhos Percam o foco A paisagem é sempre a mesma Cinza, escura, triste Obscena, invasora, insistente Eu, hoje, descobri quem sou E no momento exato Da minha descoberta Esqueci o que procurava E no fundo da minha alma Sempre os mesmos olhos À me perseguir Mudos, sombrios, infelizes Aterradores, acusadores, infinitos Esses olhares silenciosos  Dizem tanto de mim Dizem tudo que eu fiz E já não posso esquecer E eu, hoje, descobri quem sou Embora saiba que de tanto  Ser eu mesma Os olhares indecifravéis Serão mudos para sempre Dentro do meu mundo  Particular e solitário